Foi introduzido inicialmente como um sedan duas portas mantendo como sua principal característica, mas posteriormente também foram oferecidos modelos com 4 portas para exportação (de 1978 a 1987) e versões em hatchback (de 1980 a 1987). O Chevette originou outros modelos derivados como a station wagon Marajó (fabricada de 1980 a 1989) e a pickup Chevy 500 (produzida de 1983 a 1995).
O veículo também ficou conhecido pela sua potência oferecida. Durante toda sua história, o Chevette já veio equipado com vários motores: 1.0 litro (versão Júnior lançado em 1992), 1.4 (carburação simples e dupla, esta somente em 1982 como opcional), 1.6 (carburação simples) e 1.6/S (carburação dupla, a partir de 1988, um ano após sua última reestilização). Também foram introduzidos motores tanto a gasolina quanto a álcool.
Lançado na década de 70, o Chevette tornou-se um dos mais populares veículos produzidos pela GM no Brasil. Estima-se que até o encerramento de sua produção em 1993, o modelo teria vendido mais de 1,6 milhões de unidades, tendo seu apogeu em vendas entre o fim dos anos 70 e meados da década de 80, quando nestes anos, seus concorrentes diretos saíram de linha em outras montadoras. Foi eleito por duas vezes pela Revista Autoesporte o Carro do Ano em 1974 e em 1981. Em 1983, pela primeira e única vez em sua história, o Chevette foi o carro mais vendido no Brasil.
Desenvolvimento
O primeiro modelo do Chevette.
O Chevette originou-se do chamado "Projeto 909" - o que se tornaria futuramente o programa de carros T, assim chamado porque os veículos compartilhavam a plataforma T da GM. Com os conhecidos problemas do seu antecessor, o Vega - que incluía questões de produção, problemas de confiabilidade e uma séria propensão à corrosão - a equipe reformulou a plataforma internacional de tal forma que o Chevette não compartilhasse um único painel de carroceria, retrabalhando-a extensivamente para realçar a proteção da corrosão.[1]
Nos Estados Unidos, o Chevette foi lançado oficialmente em 16 de setembro de 1975, em Washington DC. Inicialmente, a GM projetou vendagens iniciais de 275.000 unidades em seu primeiro ano. O modelo alcançou a marca de 2.793.353 vendas em terras estadunidenses no ano de 1987 quando sua linha de produção naquele país foi encerrada.[2] O último Chevette fabricado por lá saiu em 23 de dezembro de 1986 já como modelo 1987, um hatchback azul duas portas que foi enviado a uma revendedora oficial da Chevrolet em Springdale, Ohio.[2]
No Brasil, o modelo foi lançado antes mesmo de seu lançamento americano em 1973 como um sedan duas portas e, posteriormente, quatro portas. O veículo alcançou um sucesso de vendas significativo no país, originando outros modelos como a Marajó (station wagon) e a Chevy 500 (pickup).
O Chevette nos Estados Unidos
Versão americana do Chevette modelo 1977 duas portas hatchback.
A GM posteriormente comercializou os Chevettes "Rally" e "Woody" e "Scooter", sendo este último o mais barato. O Rally 1.6 incluiu um motor de 1.6 litros em vez do motor de quatro cilindros de 1,4 litros até então tradicional no modelo, com potência nominal de 60 cv (45 kW) em vez de 52 cv (39 kW); juntamente com um estabilizador traseiro e gráficos corporais especiais. O Chevette Woody (1976) caracterizou-se pelo seu tapume de grão de madeira simulado e guarnições interior e exterior remodeladas. O "Scooter" foi oferecido como um modelo mais básico com um preço de varejo, sendo vendido inicialmente por US$ 2.899 na época; possuía dois bancos dianteiros, um assento traseiro opcional, e janelas traseiras fixas que não se abriam; os painéis das portas eram de fibra de vidro além de um assento de passageiro sem ajuste longitudinal. Foram fabricados 9.810 Scooters em contraste com os 178.007 Chevettes hatchbacks regulares.
Chevette modelo 1978.
Em 1979, o carburador Holley de dois cilindros tornou-se padrão em todos os modelos. A fáscia dianteira foi levantada com uma capa plana, não mais envolvida no pára-choque. Um novo sistema de injeção de ar foi introduzido para melhorar a função do conversor catalítico no ralenti. Um sistema de retenção de passageiros ativo foi introduzido em pequenos números como uma opção que apresentava um painel suspenso inferior, cintos de segurança automáticos e um console de painel central. As vendas do Chevette totalizaram até aquele momento mais de 451.000 unidades - uma cifra que classificaria como o segundo modelo mais vendido da Chevrolet, atrás apenas do Citation, que havia iniciado sua produção em abril de 1979. A fáscia traseira de 1980 foi revisada com uma escotilha quadrada, luzes traseiras envolventes com sinais combinados de uma só volta coloridos e uma porta de enchimento de gás redonda.
Em 1981, foi lançado a opção de motor diesel. Novas rodas de aço de estilo com tampas de centro foram oferecidos e o projeto de roda e hubcap anterior foi descontinuado. Os modelos domésticos receberam um novo sistema de feedback de controle de comando por computador em motores a gasolina. A opção HO foi descontinuada. O sincronismo eletrônico da faísca foi usado em 1981 no lugar do sincronismo manual. Um projeto novo da cabeça de cilindro do motor foi introduzido para melhorar o torque e a economia de combustível. A direção hidráulica também foi introduzida no Chevette. O sistema passivo de retenção ativo foi descontinuado.
Em 1982, os modelos passaram a fornecer transmissão manual de cinco marchas em carros a gasolina de duas portas, o que já possuía nas versões a diesel do Chevette. O Scooter foi remodelado como um hatchback de quatro portas. Um novo catalisador foi introduzido com uma entrada de ar para injeção de ar forçado a partir da bomba de ar. Naquele ano, a Chevrolet vendeu 433.000 Chevettes em 1981 e 233.000 em 1982 nos Estados Unidos.
Em 1984, a Chevrolet descontinuou a fabricação do Chevette Scooter nos Estados Unidos. Os modelos de 1985 sofreram poucas atualizações em comparação aos modelos 1984.
Em 1986, a Chevrolet deixou fabricar o modelo Chevette/S com motor a diesel após uma vendagem fraquíssima naquele ano. A Chevrolet diminuiu o preço do Chevette nos Estados Unidos por US$ 4.995 buscando recuperar seu sucesso de vendas, mas não adiantou. As vendas caíram para pouco mais de 46.000 unidades e a produção terminou com a última unidade saindo de fábrica naquele país em 23 de dezembro de 1986.
América Latina e sucesso no Brasil
O sedan 4 portas do Chevette para exportação, na imagem vemos um exemplar do modelo de 1981.
Chevette Hatchback SR de 1981.
O Chevette Júnior lançado em 1992 possuía motor 1.0 e não tinha a moldura lateral.
A versão em hatchback do Chevette permaneceu em produção até 1987, enquanto que a Marajó continuou no mercado até 1989; o nome Marajó é originário de uma ilha localizada na Região Norte do Brasil bem na foz do Rio Amazonas. A versão sedan de quatro portas foi construída até 1987 e era mais exportada para outros países da América do Sul não sendo muito vendido no Brasil. A versão original do Chevette (sedan duas portas) permaneceu em produção até 1993, sendo sucedido pelo Corsa. O Chevette também ganhou uma versão em pickup: a Chevy 500, sendo lançada em 1983 e encerrada em 1995 quando foi, definitivamente, encerrada a família do Chevette no Brasil. Todavia, a versão em sedan quatro portas continuou a ser construída por mais alguns anos no Equador e na Colômbia.
O Chevette apareceu originalmente como um carro 1.4 (4 cilindros em linha). A potência do motor foi aumentada anos mais tarde por uma versão 1.6 com carburador único. Depois de 1988, foi lançada uma versão 1.6 de dupla carburação. Já a versão em 1.4 foi gradativamente substituída. Mais tarde, a General Motors do Brasil lançou o Chevette Júnior em 1992 com motor 1.0. Contudo, o "Junior" não durou muito tempo por conta do fiasco de vendas. No ano seguinte, a Chevrolet lançou seu último Chevette modelo L com motor 1.6. No mercado brasileiro, tanto os motores 1.4 e o 1.6 estavam disponíveis em versões de gasolina e álcool.
O último modelo do Chevette, modelo L fabricado em 1993 com acabamento
similar ao do Chevette Júnior, mas equipado com um motor 1.6/S.
Com cerca de 1,6 milhão de unidades construídas e vendidas, o Chevette se tornou um dos modelos mais populares da General Motors no Brasil. O Chevette original teve sua produção encerrada em 1993 com sua última unidade saindo da fábrica de São José dos Campos em 12 de novembro de 1993, já como modelo L/1994. Devido a sua popularidade, ainda é comum encontrá-lo rodando pelas ruas do país. Em 1983 foi o carro mais vendido do Brasil, sendo a única vez que conseguiu esse feito e também foi eleito em duas ocasiões o Carro do Ano pela Revista Autoesporte em 1974 e 1981.
Modelos, Motores e Transmissão
Modelos
- Luxo (1973-1977)
- Especial (1975-1979)
- GP (1976 e 1978)
- SL (1976-1990)
- GP II (1977)
- S/R (1981-1982)
- SE (1987)
- SL/E (1988-1989)
- DL (1989-1993)
- Junior (1992)
- L (1993)
- Edições especiais
- País Tropical (1976)
- Jeans (1979)
- Ouro Preto (1981)
Motores
- Motor 1.6 do Chevette.
- Potência líquida (real): 50 cv a 6000 rpm
- Torque: 7,2 kgfm a 3500 rpm
- Velocidade Máxima: 131,3 km/h
- Aceleração: 21,58 s
- Diâmetro X Curso: 76,00mm X 55,00mm
- 1.4L (1973-1976) – Especial, Standard, L, SL
- Potência bruta: 69 cv a 5800 rpm
- Torque: 9,8 kgfm a 3600 rpm
- Velocidade Máxima: 140,62 km/h
- Aceleração: 19,1 s
- Diâmetro X Curso: 82,00mm X 62,20mm
- 1.4L (1976-1980) – SL, GP, GP II
- Potência bruta72 cv a 5800 rpm
- Torque: 10,8 kgfm a 3800 rpm
- Velocidade Máxima: 150 km/h
- Aceleração: 17,4 s
- Diâmetro X Curso: 82,00mm X 62,20mm
- 1.4L (1976-1980) - Standard, L, SL
- Potência bruta: 69 cv a 5800 rpm
- Torque: 10,1 kgfm a 3600 rpm
- Velocidade Máxima: 142,29 km/h
- Aceleração: 19,52 s
- Diâmetro X Curso: 82,00mm X 62,20mm
- 1.4L Álcool (até 1982)
- Potência bruta: 69 cv a 5800 rpm
- Torque: 10,1 kgfm a 3600 rpm
- Velocidade Máxima: 142,29 km/h
- Aceleração: 19,52 s
- 1.6L (1981-1982) – S/R
- Potência bruta: 76 cv a 5800 rpm
- Torque: 11,6 kgfm a 3600 rpm
- Velocidade Máxima: 160 km/h
- Aceleração: 16,55 s
- Diâmetro X Curso: 82,00mm X 75,70mm
- 1.6L Álcool (1983-1986) – Todos
- Potência líquida (real): 72 cv a 5200 rpm
- Torque: 11,3 kgfm a 3200 rpm
- Velocidade Máxima: 160 km/h
- Aceleração: 15,1 s
- Diâmetro X Curso: 82,00mm X 75,70mm
- 1.6/S (1987-1994) – L, SL, SE, SL/E, DL
- Potência líquida (real): 78 cv a 5200 rpm
- Torque: 12,6 kgfm a 3200 rpm
- Velocidade Máxima: 160 km/h
- Aceleração: 14,15 s
- Diâmetro X Curso: 82,00mm X 75,70mm
- 1.6/S Álcool (1987-1994) – L, SL, SL/E, DL
- Potência líquida (real): 81 cv a 5200 rpm
- Torque: 12,9 kgfm a 3200 rpm
- Velocidade Máxima: 160 km/h
- Aceleração: 13,8 s
- Diâmetro X Curso: 82,00mm X 75,70mm
Transmissão
- Clark - Opel (Alemã de 4 machas) (1973)
- Isuzu-4. (4 Marchas) (1974-1984)
- 5 Marchas Clark (1983-1995)
- Automático Isuzu (1985-1990)
Unidades vendidas
O Chevette teve seu apogeu de vendas entre os anos de 1978 até 1980, quando vendeu mais de 270 mil unidades em apenas 3 anos. No ano de 1983, o modelo conseguiu alcançar o primeiro lugar de vendas naquele ano.Atualmente é o sexto carro mais vendido de todos tempos no Brasil, sendo o segundo modelo da GM que mais vendeu no país até hoje, perdendo apenas para o Chevrolet Celta.[4]
A tabela a seguir mostra a vendagem nacional do veículo ano a ano:
Ano | Vendas |
---|---|
1973 | 31.324 |
1974 | 74.923 |
1975 | 62.519 |
1976 | 70.733 |
1977 | 65.964 |
1978 | 86.384 |
1979 | 90.084 |
1980 | 94.816 |
1981 | 69.941 |
1982 | 75.163 |
1983 | 85.984 |
1984 | 57.876 |
1985 | 61.526 |
1986 | 67.182 |
1987 | 45.727 |
1988 | 56.301 |
1989 | 40.701 |
1990 | 26.786 |
1991 | 20.554 |
1992 | 29.629 |
1993 | 30.000~ |
- Total de vendas nacionais: aproximadamente 1.200.000 unidades
- Considerando também as vendas no exterior, somam-se aproximadamente mais 400.000 unidades vendidas, totalizando 1,6 milhão de unidades.
Premiações
- Foi eleito pela Revista Autoesporte o Carro do ano na categoria populares em 1974.
- Foi eleito pela Revista Autoesporte o Carro do ano na categoria populares em 1981.
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